"O importante não é acrescentar anos à vida mas sim vida aos anos"





Este blog surge da iniciativa de um projecto realizado pelas alunas da Escola Secundária da Póvoa de Lanhoso ( Eugénia Cunha, Isabel Baroso e Liliana Pereira), no âmbito da Área de Projecto.

Escolhemos este tema , com a particularidade de dar a conhecer aos habitantes do nosso concelho quais são as realidades em que vivem os idosos povoenses, tendo em atenção os obstáculos e ás escassas ajudas que confrontam diariamente.

Procuramos lançar aos idosos a proposta de um sorriso no meio de toda a solidão em que na maior parte dos casos vivem, sentindo-se excluídos, tornando-se num aparte no mundo. Porque “o tempo gasto passivamente e sozinho é o tempo que é vivenciado com mais solidão” (Holzschuher, 1984).



Agradecemos a sua visita :)







Distribuição de cabazes de Natal 2009



   







  




    






     No dia 21 de Dezembro de 2009 as alunas Isabel, Eugénia e Liliana da turma 12º D da Escola Secundaria da Póvoa de Lanhoso, em conjunto com a Directora Técnica Dr. ª Ricardina Mendes Costeira, distribuíram Cabazes de Natal aos idosos do Centro Social e Paroquial de Monsul.
     Esta iniciativa surgiu no âmbito da disciplina área de projecto leccionada pela Escola Secundária. Dada a liberdade de escolha do tema do trabalho, as alunas abordaram o “apoio da terceira idade no concelho da Póvoa de Lanhoso”. A Instituição escolhida para a concretização deste projecto, remeteu para o Centro Social e Paroquial de Monsul.
     Esta Organização foi a eleita, pelo facto desta ser de cariz social, promovendo actividades no seu quotidiano que visam o bem-estar da sua comunidade.
     Neste seguimento, um dos objectivos a desenvolver neste projecto destinou-se à distribuição de Cabazes de Natal, sendo uma prioridade estabelecida pelas alunas e pelo Presidente da Instituição Pe. Marco Paulo Alves da Costa Gil, cujo intuito é proporcionar um Natal cheio de solidariedade, alegria e amor a todos os idosos desta Instituição.


Desejamos um Bom Natal e um próspero Ano Novo 2010, as alunas do 12º D.


" in  Jornal Maria da Fonte "
 





  

Serviços Prestados

Confecção e distribuição da alimentação;

Tratamento da roupa;

Higiene pessoal e habitacional;

Acompanhamento externo;

Aquisição de bens de necessidade;

Actividades lúdicas e recreativas;

Actividades Lúdicas

As actividades realizam-se às terças-feiras e sextas-feiras, às 9horas e 14horas e 30minutos, respectivamente, no Centro Social Teresiano de Verim. Estas actividades são um projecto muito embrionário. Iniciou-se este ano, como experiência. Se for bem aceite pela comunidade idosa, poderá ser um projecto para se realizar nos próximos anos.

Tudo indica que sim. As actividades produzidas pelos idosos são actividades de fitoterapêuticos e a criação de trabalhos manuais. Nos dias em que há estas actividades lúdicas, a fisioterapeuta Sílvia Veloso, realiza com os idosos vários exercícios com o objectivo de aumentar a facilidade de se movimentarem e de desenvolver a qualidade de vida dos idosos. Vários idosos comprovam-no, dizendo que já conseguem “apertar o avental com mais facilidade”, ou mesmo conseguirem “calçar umas meias” sem ajuda de outrem. Tarefas banais que se tornavam um grande obstáculo no dia-a-dia destes idosos. Os exercícios realizados são simples devido ao inadequado espaço físico que não esta devidamente equipada e a falta de verbas para se conseguir os equipamentos necessários á pratica das actividades.

Os trabalhos manuais servem para dinamizar o lazer dos idosos e combater a solidão existente. Aumentando, assim, o convívio entre eles. Desde o pintar até criar objectos de decoração, os idosos fazem de tudo um pouco.
Embora estas actividades estejam abertas para todos os idosos do Centro Social e Paroquial de Monsul e dos idosos do Centro Social de Verim, apenas alguns os frequenta. Alguns por motivos de saúde ou por outros que não os fazem.

Ao longo do dia em que observamos as actividades realizadas pelos idosos, podemos observar a boa disposição, as conversas que tinham entre si, as partidas que alguns faziam aos outros, comprovam que a solidão pode ser extinta. Mostraram-nos que a vida não acaba ao chegar á terceira idade, mas pelo contrário, ela continua. Nós é que tomamos a decisão de aproveitar os últimos anos de vida como bem entendemos, ou vamos passa-los sozinhos em casa ou aproveita-los cada dia como se fosse o ultimo, porque um dia será mesmo o ultimo…

Entrevista à D.Laura (idosa)


1. Qual a sua opinião acerca da relação dos jovens com os idosos?

 Eles, Hoje em dia, estão mais preocupados connosco. Os meus Netinhos são muito bons para mim, ajudam-me muito.

2. O que pensa das mudanças que estão a correr na sociedade?

Nunca esteve como agora, a qualidade de vida é muito melhor: quando era criança não tinha dinheiro para uma caixa de fósforos. Antigamente, quando eu era cachopa ia para Braga a pé vender cerejas, com o dinheiro que conseguia comprava sardinhas para vender no regresso. A vida agora é mais fácil, as pessoas são mais simpáticas.

3. Faz alguma actividade física ou manual? Qual?

Sim, pratico. No Centro Comunitário de Vale do Cávado faço dança, o professor faz-nos mexer bem. No centro Social e Teresiano de Verim faço fisioterapia onde gosto muito da actividade de “brincar” com a bola. Deixei de usar a bengala. E, também, realizo trabalhos manuais na mesma instituição. Quando o tempo permite, costumo andar e visito as minhas amigas.

4. Frequenta algum grupo de convivência? Qual?

Sim, o grupo de idosos da instituição e do Centro Teresiano.

5. Costuma sair sozinha ou acompanhado? Quem o costuma acompanhar?

Costumo ir com um familiar ou com uma funcionária do centro.

6. Qual foi momento mais feliz da sua vida?

O momento mais feliz é actualmente, passei muito na minha juventude… Comecei a trabalhar muito cedo, levava o rebanho a pastar durante todo o dia ou ia trabalhar para os campos. Tinha uma vida muito difícil… O pai dos meus filhos ameaçou-me de morte quando eu namorava para outro rapaz. Ele era casado e a sua esposa não podia ter filhos. Ele ameaçou-me que matava se eu não deixasse o meu namorado… Naquela altura, não se falava de certos assuntos, a sexualidade era um deles. Eu engravidei quatro vezes com o homem casado. Não conseguia suportar tantas despesas, algumas crianças foram educadas/criadas pela esposa do pai dos meus filhos. Embora, ele tivesse sido mau para mim, era um pai presente e bom para os filhos. A esposa dele sabia de tudo, desde o inicio… Criou os meus filhos como se fossem os dela…

7. Qual a profissão que executou?

Eu era jornaleira. Eu trabalhava nos campos de outros… Era muito má paga… Trabalhava de sol a sol. Os meus patrões eram muito ricos e nunca queriam um pequeno aumento. Eram muito invejosos, deitavam fora muita da alimentação. Um dia, a minha patroa deixou alguns pães de Milho em cima de uma mesa, eu pensei em ir buscar alguns, quando peguei neles reparei que tinha buracos, tinham sido comidos pelos ratos. Fiquei muito desiludida… Que desconsolo… Algumas vezes pedia azeite para fazer a sopa, mas ela negava-me... Quando ela morreu, o azeite que ela possuía, era muito, estava estragado. Até as batatas que ela dava era das mais fracas que tinha, com grelos e “murchas”…

8. Sente-se amado pela sua família? Qual a sua importância dela para si?

Sim, os meus filhos, as minhas noras e os meus netos. Ajudam-me sempre que preciso, todos os dias os meus netos vêem ter comigo, perguntam como estou, se preciso de alguma coisa e fazem-me muita companhia. São a coisa mais importante da minha vida…

9. O que acha do trabalho do centro Social e Paroquial?

Gosto muito dos serviços do centro, não me sinto tão sozinha e facilitou-me muito a vida. É a melhor coisa para os idosos…

Entrevista ao Sr.Belmiro (idoso)


1.Como eram os tempos antigamente?

Os tempos antigamente eram muito maus, não havia horas para pôr a pé, ás sete horas já estávamos no patrão, levam-nos um lanchinho ás dez horas, mas havia gente que nem lanchava, e só comiam ao meio dia uma côdea de pão! Que ninguém chegue a passar o que eu passei! Hoje isto é o mel, antigamente era uma escravidão, andávamos cheios de trabalhar e quando chegávamos a casa á noite para descansar batiam-nos á porta para os ir ajudar a tirar estrume, não bastava trabalhar de dia, que ainda tínhamos que trabalhar de noite e comer não era o que nós queríamos, era o que eles nos punham. Comíamos uma côdea de pão.

2.Como acha do tempo de agora?

Agora isto é uma delícia, estamos num mundo novo, o futuro só pode ser melhor, o que passou já lá vai, águas passadas não moem moinhos.

3.Faz alguma actividade física ou manual?

Ando a pé, faço trabalhos manuais e fisioterapia.

4.Frequenta algum grupo de convivência?

O Centro social e Teresiano de Verim e o centro comunitário de Monsul. Gosto de os frequentar, porque nos ajuda a passar o tempo e damo-nos escola uns aos outros, porque muitas vezes os que estudam não se lembram de tudo. Gosto de pregar partidas, eu pego na bola na mão, olho para um lado para o outro e faço que atiro e elas assustam-se, depois eles riem-se, e dizem que eu sou malandro.

5.Costuma sair sozinho ou acompanhado?

Não, as carrinhas vêem-me buscar e assim vamos todos juntos, e assim escuso de ir a pé, pois posso ser atropelado e quem anda á chuva molhasse.

6.Qual foi o momento mais feliz da sua vida?

O momento mais feliz da minha vida foi quando me casei, era uma alegria,
agora também, só que agora é mais doce. Não se usava gravata.

7.Qual foi a profissão que executou?

A minha profissão era agricultor, trabalhar para comer, mas não trabalhava só para mim, também para os outros, para os grandes e para os pequenos, semeávamos para comer, porque não semeia não colhe. Semeava muitas couves, tínhamos que tratar delas, para elas serem boas. Senão respirássemos, morríamos.

8.Sente-se apoiado familiarmente?

É tudo boa gente. A minha filha vem-me arrumar a casa, também é a única, a minha idade e da minha mulher eram avançadas demais, ela tinha 32 e eu tinha 31.

9.O que acha do trabalho do centro social de Monsul?

É muito bom. Vem-me trazer a comida a casa, gosto muito da alimentação e com fartura, as vezes da para mim e ajuda a manter o cão.



Entrevista à D. Adelaide (idosa)


1. Qual a sua opinião acerca da relação dos jovens com os idosos?

É muito diferente… Antigamente, eles trabalhavam muito, agora a juventude não faz nada… Bem, quase todos… São mais preguiçosos. Estão sempre a ver televisão e no computador. Não se interessam muito com os idosos.

2. O que pensa das mudanças que estão a correr na sociedade?


No meu tempo a pobreza era imensa. Mas, actualmente, a vida está muito difícil. As pessoas não querem trabalhar, só querem descansar… Por exemplo, tenho um filho que não quer trabalhar e eu tenho que o sustentar…


3. Faz alguma actividade física ou manual? Qual?


Sim, no centro Teresiano de Verim. Faço fisioterapia, e gosto Tem-me ajudado muito… As minhas amigas do grupo, também, estão contentes, já conseguem fazer com mais facilidade certos movimentos. E, também, faço lá trabalhos manuais.

4. Frequenta algum grupo de convivência? Qual?


Sim, o Centro Teresiano e Social de Verim.


5. Costuma sair sozinha ou acompanhado? Quem o costuma acompanhar?


Sim, acompanhada com as funcionárias do Centro de Monsul.

6. Qual foi momento mais feliz da sua vida?


Tive muitos… Os melhores momentos foram o dia do meu casamento e ser mãe… Tive 11 filhos… Foi difícil de os criar, mas desde cedo eles trabalhavam numa quinta para haver pão na mesa ao fim do dia…


7. Qual a profissão que executou?


Foi agricultora… Durante a minha infância, eu não tomava o pequeno-almoço quando ia para a escola… Depois de esta terminar eu ia trabalhar para o campo… Almoçava muito depressa. Não tinha tempo para brincar…


8. Sente-se amado pela sua família? Qual a sua importância dela para si?


Não muito, a família que mais me ajudava já faleceu… Agora, a minha família tem outras preocupações, são muito ocupados…


9. O que acha do trabalho do centro Social e Paroquial?


Acho que o trabalho desta instituição é muito bom. Facilita o trabalho aos velhotes dando auxílio nas tarefas onde têm mais dificuldades.



Entrevista ás Funcionárias


1. Como funcionária do centro, qual é a sensação que tem em ajudar os idosos nas suas tarefas?

É a melhor sensação do mundo. Gosto de trabalhar com os idosos. Pois gosto de dar o meu melhor por eles.

2. Quais são as tarefas que realiza?

Nós damos apoio ao domicílio, em que consiste em fazer o almoço, arrumar e limpar a casa e tratar da higiene pessoal dos idosos.

3. Gosta do que faz? Quantos anos trabalha nesta instituição?

Gosto muito do que faço. Trabalho há 11 anos nesta instituição.

4. Existe idosos com tratamentos especiais? Que tipo de tratamentos são efectuados?

Sim, existe. Na área da alimentação, alguns idosos necessitam, por motivos de saúde, de dietas. Por vezes, também, fazemos curativos; na área da higiene pessoal damos banho aos idosos.

5. O que a motiva cada dia para trabalhar com os idosos?

O que me motiva para trabalhar cada dia é sensibilidade mútua. Também, o facto de gostar de ajudar os outros.

6. Os familiares e vizinhos dos idosos preocupam-se com eles? De que forma?

Não muito. Os vizinhos podiam ajudar mais os idosos. Às vezes, fazem mais críticas do que ajudam. Não custava nada ajudar um pouco os idosos.

7. Os idosos agradecem os serviços prestados?

Sim, agradecem muito. Com um grande obrigado todos os dias.

8. Acha que o centro melhorou a qualidade de vida dos idosos? Como?

Sim, muito. Através do apoio que nós damos-lhes, desta maneira combatemos um pouco a solidão dos nossos idosos.



Entrevista à Assistente Social (Drª.Ricardina)






1.Qual a função de uma assistente social?

Antes de mais, gostava de frisar que ser Assistente Social não é, como muitos pensam o simples “acto de ajudar”, mas sim emancipar a pessoa, tornando-a autónoma da sua própria vida, exercendo a sua plena cidadania. Desta forma, vou definir serviço social como sendo uma profissão que promove a mudança social, a resolução de problemas nas relações humanas e o reforço da emancipação das pessoas para promoção do seu bem-estar. Ao utilizar teorias do comportamento humano e dos sistemas sociais, o Serviço Social intervém nas situações em que as pessoas interagem com o seu meio. Os princípios dos direitos humanos e da justiça social são fundamentais para o Serviço Social.


2.Como assistente social, qual são os principais problemas que afectam os idosos?


Para além da mudança de papéis que a própria idade exige, ou que a própria sociedade impõem uma vez que esta, quando se atinge os 65 anos de idade consideram a pessoa idosa com “velho”, isto é, a idade da reforma traz grandes mudanças sociais na vida da pessoa. Contudo, só nos podemos considerar idosos quando assim o sentimos, pois posso ter entrado na terceira idade e ter uma vida activa e cheia de projectos de vida. Por isso, mais do que uma questão de idade, quando falamos de terceira idade, podemos referir que se trata de um problema social, exclusão e marginalização social na medida em que, estes são vistos como inúteis e um fardo para a sociedade actual. Cabe aos profissionais de Serviço Social mudar este cenário, promovendo a consciencialização, fomentando uma participação mais activa do idoso na sua comunidade.
Na nossa realidade concreta, os problemas que mais afectam os nossos utentes/clientes prendem-se a questões relacionadas com saúde, inexistência ou fraca recta guarda familiar, o isolamento e a baixa motivação para a participação em actividades lúdicas - recreativas. Este factor pode ser explicado pelas vivencias culturais e pessoais dos idosos e pelo meio em que estão inseridos. Para tal, cabe a sociedade civil e aos profissionais mudar este cenário, contribuindo para um envelhecimento mais activo e participativo.

3.Como esta instituição é de cariz social, existem voluntários? Qual a importância deles?


A solidariedade é uma entrega, uma dádiva de tempo de vida, numa base dinâmica e de participação activa que leva à concretização de inúmeras acções, na sua maioria como respostas efectivas e visíveis na melhoria das condições de vida. Trabalhar como voluntario é exercer cidadania, e todo isso pode-se verificar na nossa instituição, os voluntários trabalham aos fins-de-semana, e são todos eles jovens de freguesias.


4.Quais os serviços realizados pelo centro?


Os serviços prestado pelo SAD remetem para:


-Distribuição e confecção da Alimentação;


- Cuidados de higiene e conforto pessoal;


- Higiene habitacional (arrumação e limpeza no domicilio);


- Tratamento de roupa (lavar, passar);


- Acompanhamento Psicossocial.


E realiza ainda, quando necessário as seguintes actividades:


- Acompanhamento ao exterior;


- Aquisição de géneros alimentícios e outros artigos;


- Actividades lúdicas recreativas definidas no plano de actividades;


- Aquisição e administração dos medicamentos quando prescritos pelo médico.


5.Qual o numero de funcionários que trabalham na instituição?


Neste momento a instituição conta com seis colaboradores.


6.Quantas freguesias abrange esta instituição? E quais?


O SAD presta serviço as freguesias circunvizinhas, Moure, Friande, Monsul, S. João de Rei e Águas Santas.


7.Qual o tipo de actividade lúdicas existem no centro? Qual a mais procurada pelos idosos?


Temos um plano definido que remetem para várias actividades, nomeadamente ginástica, fisioterapia, eucaristia, passeios, trabalhos manuais, representação e ou comemoração das datas festivas, e outras a definir. Os dias agendados para as actividades são terça de manha e sextas da parte da tarde. De modo geral os utentes/clientes aderem a todas as actividades, mas a mais aguarda e mais participa é a eucaristia mensal.


8.Por fim, gosta do que faz e do Centro? Porquê?


Sim, sem duvida alguma. Trabalhar com população “idosa” é aprender todos os dias, é uma troca constante de partilha de saberes e valores. Sinto-me uma privilegiada por ter tido a sorte de fazer aquilo que sempre desejei. Esta instituição acolhemos de braços abertos e sempre apostou nas minhas capacidades, o que agradeço, pois fez com que me torna-se cada dia uma melhor profissional.





Entrevista ao Presidente (Pe.Gil)

1. Como encarou a oportunidade de dirigir um projecto social?


De facto, não estava a espera, mas posso dizer que acabou por ser uma oportunidade agradável, e ao mesmo tempo desafiadora. Os projectos sociais devem estar sempre no nosso horizonte, quer como realização pessoal quer no âmbito de um enriquecimento a todos os níveis, porque só estando neles podemos adequar melhor as nossas respostas a todos aqueles que hoje nos pedem auxilio. Por isso, para mim pessoalmente, foi uma experiência agradável, porque estamos sempre a aprender….


2. Existem pontos da instituição que merecem ser alterados? Quais?


Dizer que não, era estar a ocultar ou então, querer ficar estagnado. A instituição nunca pode ficar, nem deve transparecer isso, deve, isso sim, demonstrar vontade e coragem para novos projectos que concorram para um equilíbrio de respostas saudáveis a quem nos procura. Desde o acolhimento de quem procura, à forma como a comida é transportada, queremos sempre o melhor, mas isso implica sempre custos, e as ajudas por enquanto são nulas. Por exemplo, neste momento as funcionárias do Centro estão numa formação que se enquadra quanto à forma de acolher, porque apurou-se que esta formação seria útil às mesmas, como à instituição. As viaturas, não quer dizer que estejam desfasadas, mas como queremos sempre o melhor serviço, claro que com outro tipo de viaturas daríamos outras respostas…


3. Inicialmente, a instituição ficava encarregue por quantos idosos? E actualmente quantos são?


Desde o inicio que a instituição tem um protocolo para ajudar trinta idosos. Contudo, neste momento a Instituição apoia cerca de 41 idosos, nas suas diversas áreas: higiene, limpeza, refeições, apoio de saúde…


4. Qual a sensação que tem quando vê um sorriso de gratidão de um idoso?


Todos sabemos e temos consciência disso mesmo que nem sempre somos reconhecidos. Claro que este estado, não pode ser visto como geral, mas tão somente, como uma parte de pensar que existimos logo temos e somos obrigados a executá-lo. Todavia, há idosos, muito atenciosos, dóceis, e são precisamente esses que nos ajudam, que nos incentivam a caminhar sempre cada vez mais, não numa busca infundada de razões mas numa busca com sentido e objectivos que é o seu bem-estar. O sorriso deles, são como guloseimas na boca de uma criança.


5. Os fundos que são fornecidos pelos órgãos encarregues são suficientes?


Poderemos dizer que sim, mas temos de lutar muito porque todos os dias encontramos pequenos gastos, e tudo somado dá uma quantia exagerada no orçamento da Instituição.


6. Quais os principais objectivos do Centro Social e Paroquial de Monsul?


Objectivos: sempre lutar pelo bem-estar do idoso, e procurar sempre que nunca sinta falta de nada, embora aqui não podemos apurar o carinho e o amor, pois essa função é das famílias que algumas nem sempre procuram dinamizar quanto mais conceder momentos ternos e dóceis a estes mesmos que por vezes tanto lutaram por eles. Um objectivo seria novas instalações para o centro onde pudesse haver mais condições de trabalho quer para as funcionárias quer para proporcionar alguns momentos de convívio com eles em sede própria. Isso sim, seria uma pérola….


7. Este projecto ainda é muito recente. Tem alcançado os objectivos propostos?


Não estive no inicio, por isso não sei a que propósitos se lançaram. Mas respondendo à temática da valência do Centro posso assegurar que tem correspondido e muito a essas mesmas expectativas para o qual o Centro nasceu.


8. Para si qual será o papel fundamental da família na vida do idoso?


Como já anteriormente referi, o papel da família é muito importante. O que se sente hoje, é uma sociedade no seu egoísmo, numa vertente de auto-suficiência em que não procuram olhar os que estão a sua volta, e o que vemos depois são idosos abandonados. Um abandono não na sua sorte mas no seu isolamento, porque a família existe, está lá, mas não o vêm, porque se preocupam demasiado por coisas materialistas, fúteis… Em tudo na vida temos de ter um pêndulo, na vida do idoso, a família é esse garante. Quem não gosta de mimos? Carícias? Eles mais do que nunca encontram-se vulneráveis, sentem mais do que ninguém, pois numa vida passada souberam dar, mas não sabem o que é receber, porque esses mesmos mergulharam em águas turvas e sedentas do seu próprio bem-estar.


9. A solidão dos idosos é uma situação muito alarmante? Pode esclarecer?


O que faziam as meninas em casa sós? O que seria de vós, na escola, isoladas de todas as outras vossas amigas? Como se pode aferir, nós não nascemos nem viemos ao mundo para viver sozinhos. Temos de ser e estar incorporados numa sociedade, num aglomerado de pessoas onde nos possamos realizar. Os idosos sozinhos, é como um jardim sem flores… não tem razão de ser. A solidão acaba por ser um resultado da própria sociedade em que nos encontramos. E essa situação acontece com mais frequência porque hoje os filhos entendem que viver com os pais se trata de um fardo, muito pesado e que só os atrapalha… Torna-se mais que evidente que esta solidão dos idosos é muito preocupante, mas não são os centros que a tem de debelar, mas sim a família juntamente com o centro poderá fazer esquecer este dilema, mas muitas vezes o centro só alonga o que é muito certo no horizonte do idoso…


Tenho dito! :)

História da Instituição




A presente instituição foi fundada em 1995, pelo Dr. Luís Vale director do serviço sub regional de Braga e pelo anterior Senhor Presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso, Dr.Tinoco de Faria, e pelo director do Centro Social o SR. Padre António Fernando Senra Sousa.
Foi de extrema necessidade a construção de um organismo que fosse capaz de prestar apoio a cidadãos que se encontrassem em situação de isolamento e de exclusão, nomeadamente os mais idosos.
No seu início o Centro fornecia serviço a apenas 8 idosos, de três freguesias circunvizinhas Moure, Monsul e S. João de Rei.
Em 2003, a direcção é tomada pelo actual presidente padre Marco Paulo da Costa Alves Gil. O Centro Social e Paroquial de Monsul prestava então, apoio domiciliário a 35 utentes (idosos e deficientes) de sete freguesias do baixo concelho: Águas Santas, Geraz do Minho, Friande, Moure, Monsul, S. João de Rei e Verim. Conta com a colaboração de voluntários, com a intervenção técnica da área do Serviço Social (Assistente Social).