1.Qual a função de uma assistente social?
Antes de mais, gostava de frisar que ser Assistente Social não é, como muitos pensam o simples “acto de ajudar”, mas sim emancipar a pessoa, tornando-a autónoma da sua própria vida, exercendo a sua plena cidadania. Desta forma, vou definir serviço social como sendo uma profissão que promove a mudança social, a resolução de problemas nas relações humanas e o reforço da emancipação das pessoas para promoção do seu bem-estar. Ao utilizar teorias do comportamento humano e dos sistemas sociais, o Serviço Social intervém nas situações em que as pessoas interagem com o seu meio. Os princípios dos direitos humanos e da justiça social são fundamentais para o Serviço Social.
2.Como assistente social, qual são os principais problemas que afectam os idosos?
Para além da mudança de papéis que a própria idade exige, ou que a própria sociedade impõem uma vez que esta, quando se atinge os 65 anos de idade consideram a pessoa idosa com “velho”, isto é, a idade da reforma traz grandes mudanças sociais na vida da pessoa. Contudo, só nos podemos considerar idosos quando assim o sentimos, pois posso ter entrado na terceira idade e ter uma vida activa e cheia de projectos de vida. Por isso, mais do que uma questão de idade, quando falamos de terceira idade, podemos referir que se trata de um problema social, exclusão e marginalização social na medida em que, estes são vistos como inúteis e um fardo para a sociedade actual. Cabe aos profissionais de Serviço Social mudar este cenário, promovendo a consciencialização, fomentando uma participação mais activa do idoso na sua comunidade.
Na nossa realidade concreta, os problemas que mais afectam os nossos utentes/clientes prendem-se a questões relacionadas com saúde, inexistência ou fraca recta guarda familiar, o isolamento e a baixa motivação para a participação em actividades lúdicas - recreativas. Este factor pode ser explicado pelas vivencias culturais e pessoais dos idosos e pelo meio em que estão inseridos. Para tal, cabe a sociedade civil e aos profissionais mudar este cenário, contribuindo para um envelhecimento mais activo e participativo.
3.Como esta instituição é de cariz social, existem voluntários? Qual a importância deles?
A solidariedade é uma entrega, uma dádiva de tempo de vida, numa base dinâmica e de participação activa que leva à concretização de inúmeras acções, na sua maioria como respostas efectivas e visíveis na melhoria das condições de vida. Trabalhar como voluntario é exercer cidadania, e todo isso pode-se verificar na nossa instituição, os voluntários trabalham aos fins-de-semana, e são todos eles jovens de freguesias.
4.Quais os serviços realizados pelo centro?
Os serviços prestado pelo SAD remetem para:
-Distribuição e confecção da Alimentação;
- Cuidados de higiene e conforto pessoal;
- Higiene habitacional (arrumação e limpeza no domicilio);
- Tratamento de roupa (lavar, passar);
- Acompanhamento Psicossocial.
E realiza ainda, quando necessário as seguintes actividades:
- Acompanhamento ao exterior;
- Aquisição de géneros alimentícios e outros artigos;
- Actividades lúdicas recreativas definidas no plano de actividades;
- Aquisição e administração dos medicamentos quando prescritos pelo médico.
5.Qual o numero de funcionários que trabalham na instituição?
Neste momento a instituição conta com seis colaboradores.
6.Quantas freguesias abrange esta instituição? E quais?
O SAD presta serviço as freguesias circunvizinhas, Moure, Friande, Monsul, S. João de Rei e Águas Santas.
7.Qual o tipo de actividade lúdicas existem no centro? Qual a mais procurada pelos idosos?
Temos um plano definido que remetem para várias actividades, nomeadamente ginástica, fisioterapia, eucaristia, passeios, trabalhos manuais, representação e ou comemoração das datas festivas, e outras a definir. Os dias agendados para as actividades são terça de manha e sextas da parte da tarde. De modo geral os utentes/clientes aderem a todas as actividades, mas a mais aguarda e mais participa é a eucaristia mensal.
8.Por fim, gosta do que faz e do Centro? Porquê?
Sim, sem duvida alguma. Trabalhar com população “idosa” é aprender todos os dias, é uma troca constante de partilha de saberes e valores. Sinto-me uma privilegiada por ter tido a sorte de fazer aquilo que sempre desejei. Esta instituição acolhemos de braços abertos e sempre apostou nas minhas capacidades, o que agradeço, pois fez com que me torna-se cada dia uma melhor profissional.